Prometida para 2024, Fábrica de Cultura segue no papel
Prefeitura gastou mais de R$ 4 milhões em reforma, mas Organização Social prevê novas intervenções antes de iniciar as atividades
, atualizado
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Anunciada há três anos pelo então governador Rodrigo Garcia (PSDB), a Fábrica de Cultura 4.0 de Ribeirão Preto segue no papel após uma reforma de mais de R$ 4 milhões no prédio da antiga Casa de Cultura, no Complexo do Morro do São Bento, local escolhido pelo município para implantação do projeto. Após receber o imóvel do município, a OS (Organização Social) Catavento Cultural, responsável pela execução, considerou que o espaço precisava de novas intervenções.
A entidade publicou em janeiro o processo para contratação de um escritório de arquitetura para elaboração de projetos de acessibilidade, acústica, instalações elétricas e de TI, luminotécnico, instalações hidráulicas e de combate a incêndio, paisagismo e comunicação visual.
O processo deveria ter sido concluído no dia 27 de fevereiro, mas ainda consta como “em andamento” no Portal da Transparência da Catavento. O Jornal Ribeirão questionou a OS sobre as empresas participantes e a data de conclusão, mas não teve o pedido atendido (leia mais abaixo).
Após a contratação e execução desses projetos, cujo valor estimado não foi divulgado, um outro procedimento de compra terá de ser realizado, desta vez para a execução dos serviços. Mesmo assim, a Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa “prevê” o início das atividades em 2025.
“A Secretaria da Cultura prevê inauguração da Fabrica de Cultura em Ribeirão Preto este ano. Esta em andamento a fase de implantação da estrutura, após a reforma do espaço entregue pela Prefeitura”, diz a nota encaminhada à reportagem. No ano passado, a mesma pasta “previu” que a fábrica entraria em operação até junho de 2024.
Remanejamento
O contrato entre a Secretaria de Cultura e a OS prevê um investimento de R$ 9,9 milhões em equipamentos para a Fábrica de Cultura 4.0 de Ribeirão Preto, além de R$ 9,6 milhões por ano para o custeio das atividades. Estão previstos 105 cursos com 2.635 vagas, 280 atividades culturais na Bibliotech e mais 300 eventos de difusão cultural com 140 mil pessoas impactadas por ano.
O acordo, no entanto, prevê o remanejamento da verba de custeio para as outras unidades do projeto – cinco na capital, uma em São Bernardo e uma em Santos – em caso de atrasos no cronograma de implantação.
O primeiro prazo previsto e descumprido de inauguração ocorreu em 2023. A justificativa foi o embargo, pelo Ministério Público e pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac), às obras executadas pela prefeitura.
O prédio foi entregue à OS em maio do ano passado pelo então prefeito Duarte Nogueira (PSDB). Segundo o município, foram gastos R$ 4 milhões em sistema de climatização, com equipamentos tipo VRF, e elevador PCD. As salas passaram ainda por readequações com instalação de divisórias em vidro e pisos específicos para cada atividade. O prédio também passou por pinturas nas áreas interna e externa.
Sem resposta
O Jornal Ribeirão questionou a assessoria de imprensa da Catavento Cultura sobre o processo de compra aberto para a contratação de projetos para intervenções na Casa de Cultura de Ribeirão Preto.
A reportagem perguntou se a empresa responsável pelo serviço já havia sido escolhida, qual o valor do contrato e o prazo previsto para entrega. Além disso, questionou qual a previsão da OS para o início das atividades na cidade.
A assessoria da organização se negou a responder os questionamentos, alegando que a Secretaria estadual de Cultura e Economia Criativa já havia se manifestado sobre o tema em nota para a reportagem.