Por R$ 1 milhão ao ano, Secretaria de Saúde vai mudar de sede

Pasta prevê gasto de até R$ 10 milhões reforma no Imóvel, que fica na Rua Duque de Caxias, no Centro

, atualizado

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Prédio na Duque de Caxias será reformado para abrigar a Secretaria de Saúde
Prédio na Duque de Caxias será reformado para abrigar a Secretaria de Saúde - Foto: Ruan Gabriel
Prédio na Duque de Caxias será reformado para abrigar a Secretaria de Saúde - Foto: Ruan Gabriel

A Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto anunciou sua transferência para um novo imóvel na Rua Duque de Caxias, número 675, em frente à Praça XV de Novembro. O contrato de locação, que foi publicado no Diário Oficial do Município no mês passado, tem um valor mensal de R$ 86 mil e um prazo de cinco anos, totalizando R$ 5,1 milhões.

Segundo a mudança vai gerar economia, visto que o novo espaço abrigará equipes que atualmente ocupam prédios alugados. Atualmente, o custo com locações é de R$ 2.180.916 por ano. A atual sede fica na Rua Prudente de Moraes.

A mudança envolve a centralização das operações em um único imóvel na Rua Duque de Caxias, que abrigará 270 funcionários e resultará em economia de R$ 360.000 anuais com o aluguel da Fundação Santa Lydia.

A Secretaria de Saúde aluga hoje sete imóveis, sendo que a nova sede atenderá a exigências de espaço e acessibilidade, com 13 sanitários masculinos e 14 femininos, além de mais três que serão construídos.
O estacionamento será destinado a veículos oficiais e não haverá subsídio para estacionamentos privados.
Para ocupar o imóvel, a administração abriu uma licitação na modalidade ata de registro de preços, em que o órgão público não contrata uma obra fechada, mas alguns serviços, que são pagos de acordo com a execução. O valor estimado da ata foi de R$ 10 milhões.

No momento, a licitação relacionada à reforma está na fase de análise da documentação da empresa vencedora. Após a finalização do projeto de ocupação, será feita uma avaliação detalhada para determinar o valor exato das adaptações necessárias.


Transferência

A decisão de mudar a sede da Secretaria da Saúde para um novo endereço foi tomada em apenas 74 dias, desde a posse no início de janeiro até a publicação no Diário Oficial.

A secretaria alega ter realizado uma pesquisa “minuciosa” de imóveis, laudos de avaliação e o encaminhamento da licitação para as reformas. O projeto de reforma é considerado complexo e contempla uma série de adaptações essenciais para atender licença de funcionamento para instalações novas. 

A reforma da nova sede também incluirá a criação de uma cantina exclusiva para os funcionários, inspirada no modelo do Hospital das Clínicas. A iniciativa visa proporcionar um espaço de convivência para os colaboradores.

Comércio celebra

A reportagem entrou em contato com quatro comerciantes do ramo de alimentos, como restaurantes, casas de sucos e lanchonetes, próximos à futura sede da Secretaria da Saúde, em frente à Praça XV. Todos concordaram e comemoraram os efeitos positivos da transferência do ente municipal, mas se mostraram contrários à implantação da cantina nas instalações do local.

André Ubida, do “Sucaju”, lembrou dos tempos da pandemia e destacou que a recuperação é lenta. “É gratificante saber que o prédio do Bradesco será ocupado e que isso trará muitas pessoas para o centro, mas ter uma cantina lá não ajuda quem trabalha com lanches e sucos rápidos.”

Outros microempresários ouvidos reforçaram que a oferta de produtos é abundante, especialmente naquela área do centro, e que os comerciantes merecem se beneficiar não apenas do fluxo de visitantes, mas também dos funcionários públicos que frequentarão o local.

Para o advogado Lucas Gabriel Pereira, presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio. Cultural (Conppac), a medida inverte a tendência de esvaziamento da região Central de Ribeirão Preto.

“Quando o centro começou a ser esvaziado pelas ondas migratórias à zona sul, preferencialmente, ninguém levantou a placa de alerta, para o fato dos Cartórios/Tabeliões da cidade que migraram para as avenidas pomposas que os receberam; milhares de pessoas que iam ao centro buscar atendimento nos Cartórios e Tabelionatos, se deslocaram para outras regiões, culminando no esvaziamento do centro. A falta de organização territorial descambou nos vazios urbanos, e estes, no aumento da insegurança pública”, afirmou.